ENTREQUADROS: A OFICINA DE PRODUÇÃO DE
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS PARA ESTIMULAR O HÁBITO DA LEITURA[1]
Autor: Yan
Philipe Barbosa de Oliveira/artista visual
RESUMO
O surgimento das histórias
em quadrinhos (HQs) no Brasil, na primeira metade do século XX, não foi bem
aceito por setores ligados à educação. A despeito das críticas e dos
preconceitos que lhes foram imputados durante significativa parte do século
passado, nas últimas décadas, as HQs, consideradas como arte sequencial, têm
sido reconhecidas como um recurso facilitador no processo de ensino
aprendizagem. A compreensão do potencial educativo latente nas páginas de uma
história em quadrinhos (HQ) possibilitou a adaptação de várias obras literárias
ao formato de HQ e tornou a leitura de textos longos, que poderia se tornar
enfadonha, mais agradável e fácil. Além disso, praticamente todos os conteúdos
científicos podem ser transpostos como histórias em quadrinhos, contribuindo
para o seu melhor entendimento e popularização. No entanto, ao ministrar aulas
com a utilização das HQs, educadores devem selecioná-las e compreendê-las. Diante
disso, abordamos nossa participação no projeto de extensão ‘Lá Li Gibi’, que,
em 2015 e 2016, propunha estimular a leitura, a partir das histórias em
quadrinhos, compostas por textos curtos e imagens sequenciadas. No referido
projeto, entendemos as histórias em quadrinhos como excepcionais portas que se
abrem para construir o gosto pela leitura. Nas ações do projeto deixávamos
sempre à disposição do público participante aproximadamente 400 HQs com
temáticas, editoras e personagens variados, além de uma centena de obras de
literatura infantil e infanto-juvenil. Tal acervo além de ser um convite à
leitura, também servia de inspiração para crianças e jovens desenharem nas
oficinas de produção de histórias em quadrinhos, que tinham um caráter
recreativo e constituía um convite direto ao desenhar e pintar o que
preferissem. Inferimos acerca do caráter interdisciplinar embutido nas
histórias em quadrinhos, sua importância para processos educativos formais e
não formais e, como consequência, a importância do artista visual no processo
de formação de leitores.
[1] Trabalho apresentado na sessão de
comunicação oral durante o Simpósio Letramentos Para a Cidadania – LECID,
realizado de 30 de outubro a 1 de novembro de 2017, na Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE).
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