quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Analfabetismo, subescolarização e pobreza no Brasil, hoje.



Analfabetismo, subescolarização e pobreza no Brasil, hoje.
(Judy Rosas)

Uma das importantes bandeiras cunhadas nos anos 1500 foi, sem dúvida, a ideia de ‘educação para todos’. Naquele momento, mesmo sem ser uma unanimidade, já se fazia perceber a importância da educação e a necessidade de criar possibilidades para que homens e mulheres, crianças, jovens e adultos, pelo menos, se alfabetizassem.

            Quinhentos anos se passaram e, no mundo, há ainda, segundo a UNESCO, 743 milhões de pessoas adultas na condição de analfabetas absolutas. No Brasil, um dos países que contam com mais de 10 milhões de jovens e adultos analfabetos, existem cerca de 13 milhões de pessoas vivendo nesta condição.
            Para se ter uma ideia do drama que tal situação representa, apresentamos dados relativos aos 142,8 milhões de pessoas que compõem o eleitorado brasileiro em 2014.
            Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maior parte dos eleitores não concluiu o ensino fundamental e representa 43,1 milhões de pessoas. Os que apenas leem e escrevem contam 17,2 milhões. Os analfabetos e as analfabetas absolutas, são 7,3 milhões de eleitores.
            Ainda hoje quase metade (47,2%) dos eleitores brasileiros não garantiu o nível mínimo de escolarização preconizado na Constituição Federal promulgada em 1988.
            Esta situação é uma das expressões da desigualdade existente no país, ao lado de outras formas tão brutais quanto é o analfabetismo em pleno século XXI.
            De acordo com a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em setembro de 2014, a disparidade de renda entre os mais ricos e os mais pobres no Brasil aumentou. Esta situação pode ser observada, por exemplo, quando consideramos o Índice de GINI.
            Este índice mede a concentração de renda e, na prática, compara os 20% mais ricos com os 20% mais pobres de cada país, numa escala que varia de zero a 1, em que o zero indica plena igualdade de renda e o 1 expressa a maior desigualdade possível.
            No Brasil, o coeficiente de GINI que, em 1989, marcava 0,634, ao longo dos anos 2000 apresentou discreta queda, chegando ao patamar de 0,499, em 2012, voltando a subir no ano seguinte, quando avançou para 0,500.
            Ou seja, em 2013, a renda dos mais ricos era, em média, 50 vezes maior que a renda dos mais pobres. Vale salientar que a região Nordeste apresentava (e apresenta) os maiores indicadores de concentração de renda e, portanto, de pobreza.
REFERÊNCIAS
1. AGÊNCIA BRASIL. Maior parte dos eleitores tem ensino fundamental incompleto, diz TSE. 29 jul. 2014. Disponível em: <http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/maior-parte-dos-eleitores-tem-ensino-fundamental-incompleto-diz-tse/>. Acesso em: 26 out. 2014.
2. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Censo demográfico 2010. Brasília: 2011. Disponível em:<ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Resultados_Gerais_da_Amostra/resultados_gerais_amostra.pdf.  Acesso em: 12 ago. 2013>.
3. ______. Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. PNAD 2014. Disponível em: <http://www.google.com.br/search?q=pnad+2014+renda&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=hN9XVLysOImjgwTQhoHQBg&ved=0CDgQsAQ#facrc=_&imgdii=_&im>. Acesso em: 24 out. 2014.
4. CARTA CAPITAL. Brasil está entre os dez países que concentram a maior parte do número de analfabetos. 29 jan. 2014. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/educacao/taxa-mundial-de-analfabetismo-cai-1-em-11-anos-mostra-relatorio-5540.html>. Acesso em: 26 out. 2014.
5. DEMOCRACIA E POLÍTICA. Concentração de renda caiu no Brasil nos.... democraciapolitica.blogspot.com.
6. WOLFFENBÜTTEL, Andréa. O que é? Índice de GINI. Desafios do Desenvolvimento. Ano 1. Edição 4, 01 nov. 2004. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23>. Acesso em: 26 out. 2014.





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