segunda-feira, 6 de novembro de 2017

CINECLUBE RIACHO DO NAVIO: LEITURA E CINEMA NA BIBLIOTECA

CINECLUBE RIACHO DO NAVIO: LEITURA E CINEMA NA BIBLIOTECA[1]
Giovanna Costa de Vasconcelos

RESUMO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº9394/96 considera a exibição de filmes nacionais como “componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais”. Tal aspecto, no entanto, só foi incluído, ao ser sancionada a Lei Nº 13.006/14, que regulamenta tal obrigatoriedade. Por considerar a importância do acesso à produção artístico-cultural brasileira às maiorias populacionais, e ao observar o desconhecimento de expressiva parcela de pessoas envolvidas com a educação escolar acerca da existência de tal lei, formulamos um projeto denominado Cineclube Riacho do Navio. Este constitui uma das atividades da Biblioteca Popular Riacho do Navio, localizada fisicamente na cidade sertaneja de Piranhas-AL e que, no entanto, funciona de modo itinerante, pois entendemos que a biblioteca, para cumprir a sua função de equipamento disseminador de conhecimento, cultura, entretenimento e convivências, deve extrapolar os seus limites físicos e ir aos lugares onde estão as pessoas não leitoras. Com apoio da gestão da Escola Municipal de Ensino Fundamental Virgínius da Gama e Melo – localizada no bairro de Mangabeira, em João Pessoa – são exibidos filmes brasileiros de curta metragem para alunos do 6º ao 9º anos e para turmas de EJA 3º e 4º ciclos. Ao por em prática o que preconiza a Lei Nº13.006/14, inferimos sobre: I- a importância do audiovisual como estratégia para promover debate acerca de temas importantes para a compreensão da realidade; II- o reconhecimento do cinema enquanto uma arte que pode estimular o hábito da leitura, quando, pelo encantamento que provoca, lança às pessoas expectadoras o desafio de ampliar o conhecimento sobre os problemas e temas desenvolvidos nos filmes; III- a íntima relação que se pode estabelecer entre cinema e biblioteca (destacadamente, neste caso, a biblioteca escolar), tendo em vista a formação do leitor. Com sessões mensais, nas quais distribuímos questionário avaliativo acerca da atividade, dos filmes apresentados e solicitando sugestões de temas para a sessão do mês seguinte, constatamos a atenção das pessoas, cujo quantitativo a cada mês aumenta em responderem ao questionário. Os professores das turmas participam das sessões e procuram estimular o debate acerca de cada filme. Consideramos que tal ação cineclubista tem atingido não só os alunos e alunas, mas também tem se mostrado uma alternativa pedagógica a ser incorporada nas diversas disciplinas. Apesar de não termos ainda posto em prática, é nossa intenção ‘cobrar’ o acesso às sessões de cinema, condicionando a entrada dos discentes ao empréstimo de algum livro ou história em quadrinhos disponíveis no acervo da biblioteca escolar. Consideramos que tal prática poderá estimular a frequência a bibliotecas e o desenvolvimento do hábito da leitura.


[1] Trabalho apresentado na sessão de comunicação oral durante o ‘Simpósio Letramentos Para a Cidadania – LECID’, realizado de 30 de outubro a 1 de novembro de 2017, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).






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